Visa lança protocolo para validar agentes de compras de IA e proteger o varejo online

Visa quer tornar as compras feitas por IA mais seguras

A Visa anunciou um novo padrão de verificação para o comércio com agentes de IA, buscando dar segurança e previsibilidade ao chamado agentic commerce — quando assistentes inteligentes fazem pesquisas de produtos, comparam preços e até iniciam compras em nome do consumidor. O protocolo, chamado Trusted Agent Protocol (TAP), propõe uma forma padronizada de provar, de maneira criptográfica, que um agente é legítimo e está autorizado, reduzindo o risco de fraudes e evitando que defesas anti-bots bloqueiem tráfego útil para os lojistas.

Na prática, o TAP funciona como a “encanagem” de confiança para o novo volume de acessos gerados por agentes de compras de IA. Em vez de tratar todo bot como malicioso, o varejista passa a reconhecer, no nível de requisição HTTP, quando está diante de um agente autenticado e onboarded por meio do ecossistema da Visa.

O que é o Trusted Agent Protocol (TAP)

O TAP é um protocolo no qual agentes de compras de IA recebem chaves de assinatura e enviam requisições assinadas ao visitar um site de e-commerce. Essas requisições podem incluir:

  • Identidade e intenção do agente: sinalizando, por exemplo, que está pesquisando preço, consultando estoque ou iniciando um checkout.
  • Contexto do consumidor (opcional): dados mínimos para personalização ou associação com uma conta existente, conforme a política do lojista.
  • Informações de pagamento (opcional): quando há handoff para uma transação, respeitando os fluxos de risco e autorização do comerciante.

O lojista — diretamente ou via seu provedor de CDN/bot management — valida a assinatura contra um registro mantido no ecossistema da Visa. Isso permite distinguir agentes confiáveis de automações suspeitas, destravando experiências otimizadas para os primeiros e mantendo controles rígidos para os demais.

Como funciona sob o capô

O TAP se apoia em padrões web existentes, em especial HTTP Message Signatures, reduzindo o atrito de integração. Segundo a Visa, a proposta se alinha a mecanismos como o Web Bot Auth de provedores de CDN, viabilizando a verificação de agentes no edge antes mesmo de o tráfego chegar ao aplicativo do lojista. Em cenários ideais, parte significativa da implementação pode ocorrer na CDN, que injeta o “sinal de confiança” nos cabeçalhos repassados à aplicação, integrando-se com WAF, autenticação e checkout.

Essa abordagem é particularmente útil porque o tráfego de IA cresce rapidamente e as defesas tradicionais — baseadas apenas em heurísticas de bot — podem bloquear agentes legítimos junto com crawlers e automações nocivas. Com o TAP, o comerciante ganha um critério verificável e padronizado para permitir, limitar ou moldar a experiência conforme o nível de confiança do agente.

Por que isso importa para lojistas e plataformas

  • Separar o joio do trigo: em vez de bloquear genericamente, é possível reconhecer agentes de compras confiáveis e dar acesso controlado a páginas, preços, estoques e APIs.
  • Conversão e experiência: agentes “confiáveis” podem ter jornadas mais fluidas (por exemplo, carrinho e checkout assistidos), com redução de fricção e abandono.
  • Risco e conformidade: o protocolo cria uma base para aplicar políticas de fraude, KYC/KYB e privacidade de forma diferenciada conforme a identidade do agente.
  • Integração incremental: por usar HTTP Message Signatures e se alinhar ao Web Bot Auth, a adoção pode começar no edge (CDN), com poucas mudanças no app.

Termos-chave, em linguagem clara

Agentes de compras de IA

São assistentes (baseados em modelos de linguagem e ferramentas) que navegam, comparam e executam tarefas em sites para ajudar consumidores a comprar. Tendem a agir de forma autônoma em nome do usuário, dentro de regras definidas.

Agentic commerce

Modelo no qual a interação de compra acontece cada vez mais entre agentes (do consumidor) e sistemas do varejista, e não apenas entre humanos e páginas web. Isso exige novas camadas de identidade, autorização e auditoria.

HTTP Message Signatures

Um padrão para assinar cabeçalhos e corpos de mensagens HTTP, permitindo que o receptor verifique a integridade e a origem da requisição.

Web Bot Auth

Mecanismo em CDNs e soluções de bot management para validar a autenticidade de automações, facilitando o “deixar passar” o que é confiável e bloquear o que é mal-intencionado.

Ecossistema e interoperabilidade

A Visa indica que o TAP está sendo desenhado para coexistir com iniciativas emergentes no mercado, incluindo esforços de grandes plataformas e grupos de padronização. A empresa cita interlocução com atores como Google (AP2), OpenAI/Stripe e organizações de padrões como IETF, OpenID e EMVCo para manter interoperabilidade à medida que o comércio com agentes evolui. O objetivo é evitar ilhas proprietárias e, ao mesmo tempo, acelerar uma camada comum de confiança.

Implicações práticas e desafios

  • Políticas e responsabilidade: ainda há questões em aberto sobre como lidar com disputas e responsabilidade quando uma compra é iniciada por um agente. Lojistas devem revisar termos e fluxos de contestação.
  • Privacidade e minimização de dados: embora o contexto do consumidor possa ser enviado, a orientação é coletar apenas o necessário e mapear o tratamento desses sinais às políticas de privacidade existentes.
  • Governança de risco: o “sinal de agente confiável” não elimina checagens antifraude. Ele complementa o score de risco e pode habilitar flows diferenciados (ex.: step-up apenas quando necessário).
  • Adoção gradual: benefícios aumentam com a massa crítica de agentes e sites integrados. Enquanto isso, é recomendável construir integrações modulares e observabilidade dedicada.

Como os lojistas podem se preparar agora

  • Converse com sua CDN/bot management: avalie como ativar verificação de agentes assinados no edge (por exemplo, via Web Bot Auth) e propague o sinal para WAF, autenticação e checkout.
  • Planeje a ingestão de sinais do TAP: defina como o app usará identidade, intenção e confiança do agente para permitir acesso, personalizar UX e acionar regras de risco.
  • Instrumente métricas: crie painéis para distinguir tráfego humano x “agente”, conversão por tipo de agente e impacto em fraude/chargeback.
  • Revise políticas e consentimento: ajuste termos de uso, privacidade e fluxos de consentimento para cenários em que um agente opera em nome do cliente.
  • Acompanhe os padrões: monitore a convergência entre TAP e outras iniciativas (como AP2), evitando acoplamento rígido e mantendo camadas plugáveis.

O que esperar a seguir

O lançamento do TAP indica uma tentativa de “normalizar” o boom de compras por IA com uma base de confiança comum. Se adotado por CDNs, plataformas de e-commerce e grandes agentes, lojistas poderão tratar esse novo tráfego com menos incerteza, ao mesmo tempo em que mantêm proteções robustas contra automações maliciosas. A velocidade de adoção dependerá da maturidade dos agentes — i.e., de quantos já conseguem ir além da navegação e efetivamente concluir pedidos — e da coordenação entre os diversos padrões em evolução.

Para o varejo, a mensagem prática é clara: preparar a infraestrutura agora para reconhecer e governar agentes de IA pode render conversão, reduzir atrito e preservar segurança. O protocolo da Visa oferece um caminho concreto para começar — aproveitando componentes técnicos que muitos lojistas já têm em produção.

Fonte: https://venturebeat.com/ai/visa-just-launched-a-protocol-to-secure-the-ai-shopping-boom-heres-what-it

Fale com a Lia

Olá 👋, para iniciarmos o atendimento nos informe seu nome e telefone

Ao clicar no botão iniciar conversa, você será direcionado para o nosso Whatsapp e um de nossos atendentes lhe atenderá  em seguida.