Agentes de IA da Echelon miram modelos de consultoria de Accenture e Deloitte

O que muda com os agentes de IA da Echelon

Segundo reportagem da VentureBeat, a Echelon apresentou agentes de IA especializados para automatizar etapas inteiras de implantações empresariais, começando por ServiceNow, e mirando diretamente os modelos de consultoria de grandes integradoras como Accenture e Deloitte. A promessa central é transformar projetos longos, baseados em grandes equipes e incontáveis horas de trabalho, em entregas mais rápidas e previsíveis, conduzidas por agentes de software capazes de coletar requisitos, configurar plataformas, gerar testes e documentação e iterar com stakeholders.

Para clientes corporativos, isso significa questionar um paradigma de décadas no mercado de serviços de TI: menos dependência de “hora-homem” e mais foco em desempenho, governança e resultados comprováveis. Para as consultorias tradicionais, representa tanto um desafio quanto uma oportunidade de parceria, caso integrem esses agentes em seus programas de entrega.

Por que isso importa para Accenture, Deloitte e o mercado de serviços de TI

O setor de consultoria em tecnologia cresceu apoiado em metodologias robustas, processos de qualidade e capacidade de escalar equipes (muitas vezes offshore) para executar tarefas repetitivas e de implementação. A Echelon, conforme descreve a VentureBeat, coloca agentes de IA treinados no domínio para assumir justamente as partes mais mecânicas e padronizadas de projetos empresariais, como:

  • Levantamento de requisitos a partir de documentos, tickets e entrevistas estruturadas;
  • Configuração guiada e validada de módulos em plataformas como ServiceNow;
  • Geração de casos de teste, execução automatizada e relatórios de qualidade;
  • Produção de documentação técnica e de usuário, alinhada ao que foi realmente implementado.

Em termos de impacto, a tese é que atividades que costumam durar meses possam ser comprimidas para semanas, desde que os fluxos sejam suficientemente padronizáveis. Isso pressiona modelos tradicionais de faturamento por tempo e material e fortalece abordagens baseadas em resultado (SLA, SLO e metas de aceitação claras). Também acelera a captura de valor pelo cliente, com ciclos de feedback mais curtos.

Como funcionam os agentes de IA (e onde estão os limites)

Agentes de IA são sistemas capazes de observar um estado (por exemplo, a configuração atual de um ambiente ServiceNow), planejar passos, agir (fazer mudanças, abrir PRs, ajustar parâmetros), e avaliar o resultado, repetindo o ciclo até atingir um objetivo. No contexto descrito pela VentureBeat, a Echelon usa agentes treinados em tarefas de implementação corporativa, com ênfase em conformidade, testes e reconciliação de requisitos.

A diferença, em relação a simples “assistentes”, é a capacidade de orquestrar cadeias de ações: do entendimento inicial ao teste final. Contudo, isso só funciona bem quando há:

  • Fontes de verdade claras (documentos de requisitos, catálogos de serviços, tickets, padrões internos);
  • Ambientes com APIs, logs e trilhas de auditoria acessíveis para observabilidade e validação;
  • Regras de governança que definem limites de atuação, aprovações humanas e rollback seguro.

Os limites aparecem em cenários ambíguos, com requisitos incompletos, customizações não documentadas ou integrações legadas sem padronização. Nesses casos, a supervisão humana e a engenharia de plataforma continuam essenciais.

ServiceNow hoje, SAP, Salesforce e Workday no horizonte

A VentureBeat relata que a Echelon começa por ServiceNow e planeja estender o escopo para outras plataformas corporativas amplamente adotadas, como SAP, Salesforce e Workday. A expansão faz sentido: são ecossistemas com processos bem definidos, catálogos extensos e práticas consolidadas de integração, terreno fértil para agentes que aprendem padrões e repetem com precisão.

Se a execução se provar confiável, a tendência é ver agentes especializados por domínio (ITSM, HR, ERP, CRM) colaborando entre si, cada um focado em tarefas precisas, com acoplamento via contratos de interface e validações automáticas.

Implicações para governança, segurança e contratos

A adoção de agentes de IA em consultoria corporativa não é apenas uma questão de velocidade; envolve mudanças de governança:

  • Confiabilidade e auditoria: é necessário versionar decisões do agente, manter logs reproduzíveis e evidências de teste para auditorias internas e externas;
  • Segurança e acesso: o princípio do menor privilégio deve valer para agentes; escopos, segredos e chaves precisam de rotação e monitoramento contínuo;
  • Conformidade: setores regulados exigem rastreabilidade, segregação de funções e validação de mudanças; agentes devem respeitar esses controles;
  • Gestão de riscos: contratos tendem a migrar de “tempo e material” para cláusulas orientadas a resultados, com definição clara de critérios de aceite, métricas de qualidade e planos de contingência.

Para grandes consultorias, o movimento pode reduzir margens em serviços altamente repetitivos, ao mesmo tempo em que abre espaço para ofertas de maior valor: discovery estratégico, desenho de arquitetura alvo, change management, integração com legados complexos e governança de plataformas. Também é plausível que integradoras estabeleçam parcerias com a própria Echelon para acelerar entregas e manter competitividade.

Métricas que os compradores devem acompanhar

  • Tempo de ciclo por tipo de demanda (requisito → mudança em produção → documentação final);
  • Densidade de defeitos e taxa de retrabalho antes/depois da adoção dos agentes;
  • Cobertura e eficácia de testes gerados automaticamente;
  • Acurácia de mapeamento de requisitos (o que foi pedido vs. o que foi entregue);
  • Indicadores de segurança (incidentes, acessos fora de escopo, uso de segredos);
  • Economia total e tempo de payback, considerando licenças, integração e governança.

Oportunidades e desafios práticos na adoção

Para empresas que operam ServiceNow e ferramentas similares, três caminhos práticos se destacam:

  • Pilotos em escopo fechado: começar por um módulo ou fluxo específico, com critérios de sucesso bem definidos;
  • Integração à engenharia de plataforma: tratar agentes como parte do toolchain (CI/CD, testes, segurança), com gate de aprovação humana;
  • Curadoria de conhecimento: investir em catálogos, padrões e documentação para “alimentar” os agentes com fontes confiáveis.

Os principais desafios incluem “alucinação” em contextos mal documentados, drift de configuração em ambientes multiequipe e a necessidade de atualizar continuamente os modelos com padrões internos. Uma estratégia de observabilidade end-to-end (telemetria de mudanças, testes de regressão, checagens de conformidade) é crucial para evitar surpresas.

Panorama: por que esta notícia é relevante agora

O interesse em automação inteligente na camada de serviços cresce com a pressão por custos e prazos mais curtos. A reportagem da VentureBeat destaca a ambição da Echelon de reposicionar a entrega de projetos como “software em velocidade de software”, reduzindo dependência de mão de obra manual e elevando o padrão de qualidade com testes e documentação gerados automaticamente. Se confirmada em escala, a abordagem pode redefinir papéis de consultores, formatos de contratos e expectativas de tempo de valor em implantações de plataformas corporativas.

No curto prazo, a recomendação é pragmática: selecionar casos com alto grau de padronização, estabelecer métricas claras e combinar automação com governança rigorosa. No médio prazo, acompanhar a expansão para SAP, Salesforce e Workday ajudará a medir a maturidade e a generalização desses agentes além do universo de ITSM.

Fonte: https://venturebeat.com/ai/echelons-ai-agents-take-aim-at-accenture-and-deloitte-consulting-models

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